Não costumo ser uma pessoa que recebe visitas. Talvez pelo fato de que eu nunca apreciei muito o costume de receber visitas. Quando minha mãe recebe as amigas, eu corria pro quarto e me trancava lá até irem embora, metade emburrada por perder minha liberdade, metade feliz por ter paz em meu quarto pra poder ouvir música, escrever no meu diário ou qualquer outra coisa. Lá era o meu mundo. Era bonito, era calmo. Apenas era e tinha somente a alegria de ser.
O tempo passa e o mundo da gente ganha mais gente no meio obrigatoriamente. Como era o mundo da minha mãe com suas amigas também é o meu mundo com as minhas amigas. É bonito com pessoas bonitas. Pelo menos era o que eu costumava pensar já que, mesmo no meu mundo no quarto, eu podia ouví-la rindo com suas amigas. O tempo passou e meu mundo ganhou mais gente. Que o deixou mais bonito, mas também o deixou mais sombrio.
Havia quem me fizesse rir, havia quem me fizesse chorar. Havia somente quem me fizesse companhia. Minha mãe me falou disso - "As pessoas nem sempre serão tão boas assim" - eu concordava e agora vejo. "As pessoas nem sempre serão tão boas assim". É mesmo.
Mas basta eu ser boa comigo mesma? Acho que sim. Tem sido. O meu mundo que há apenas quem me faça companhia. Não me faz rir, mas também não me faz chorar. Somente me alivia. Como por exemplo dona Criativa. Com todo seu meios e maneiras para ajudar a pensar, a acordar, a dormir sem lembrar de sua inseparável cumadre, a dona Mísera. Às vezes penso que é ela quem me alimenta e dona Criativa apenas me ajuda a filtrar o que entra e o que sai. Dona Criativa me faz pensar assim. Dona Mísera me faz pensar de todos os outros jeitos. Em muitos outros de muitas formas.
Dona Mísera me alimenta, mas não gosto dela, apesar de ser uma boa companhia. Dona Criativa é boa, mas tímida. Precisa de companhia para vir. De qualquer forma, a porta fica aberta. Dona Mísera deixa quem quiser entrar, dona Criativa escolhe a dedo. É um mundo, afinal.
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precisando de amigas como a Criativa e a Mísera...os tempos são difíceis...
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