quarta-feira, 13 de junho de 2012
A bruxa veio do nada, voando no cabo da vassoura, e ceifou a vida de João.
A história podia terminar aí, mal começada porque João era ainda uma criança, mas sua mãe não deixou.
Um menino tão bonzinho e amado, se finar assim de repente. Sofrendo horrível com a morte do filho, desesperada apesar dos confortos amigos, não se conformava: queria que ele continuasse. Pelo menos um pouco dele.
A mãe deu os olhos de João. Fez a doação para um banco de olhos, isso que a gente vê só de longe nos outros. Foi previsível que os parentes estranhassem, mais que isso, não entendessem, indignados quase, uma desnaturada. E contudo era simples ir refazendo o seu caminho, até lhe encontrar o coração no motivo. O mais bonito de João viveria.
E Maria, que há dois anos esperava, teve afinal esperança. E a operação de Maria, um transplante de córnea, se fez possível com um sucesso feliz.
E João e Maria de olhos dados seguiram, juntos e saíram do escuro
(Ricardo Ramos)
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