sexta-feira, 29 de junho de 2012
Not Your Kind of People - Garbage (resenha)
- 10/10
Quando a poderosíssima vocalista ruiva, Shirley Manson, disse que a banda estava de volta ao estúdio em um vídeo postado no facebook oficial da banda depois de um longo hiatus aquele foi um dos dias mais felizes da minha vida. Descobri o Garbage em 2005 através do Gran Turismo (Playstation), onde constam duas músicas da banda na trilha sonora do jogo ("As Heaven is Wide" e "I Think I'm Paranoid"). A batida, o estilo e o fato de haver uma mulher à frente de uma banda (Coisa que sempre me causa uma curiosidade maior ao descobrir uma banda nova. Em uma atualidade dominada por "divas pop" que usam e abusam de todos os recursos possíveis para chamarem a atenção, quase sempre anos luz distantes de sua música, descobrir uma mulher com grande qualidade vocal e artística e que utiliza-se desse recurso em primeiro lugar e faz um ótimo trabalho vem se tornando extremamente raro). Foi amor à primeira vista e logo fui garimpar avidamente a discografia da banda que, com a sensacionalmente fascinante Shirley Manson, conta com nomes como Butch Vig, produtor de álbuns "sem importância" como Nevermind (Nirvana) e Siamese Dream (Smashing Pumpkins), Steve Marker, também produtor e amigo de faculdade de Vig e Duke Erikson. Logo, a banda virou um vício e Shirley se tornou uma inspiração para mim. Naquele tempo, eu conseguir viver um pouco a época do "Bleed Like Me" (2005) e depois se seguiu um silêncio profundo sobre o destino da banda. Agora eles estão de volta e lançaram em maio seu quinto álbum de estúdio "Not Your Kind of People".
Quando Shirley Manson disse que a banda não estava procurando inovar, ao contrário, estava voltando às origens, realmente não estava mentindo. O conjunto da obra parece mesmo como se Version 2.0 (1998) e o supracitado Bleed Like Me (2005) tivessem se fundido. Muitas batidas eletrônicas, característica conhecida da banda, junto à bateria forte de Butch Vig, guitarras distorcidas de Duke Erikson e Steve Marker e, claro, a voz sexy e marcante de Shirley Manson.
A faixa que abre o álbum "Automatic Systematic Habit", extremamente eletrônica que parece até um hit de Madonna. Talvez como Madonna deveria soar hoje se tivesse seguido o curso natural de seu estilo e não tivesse decidido se meter com essa farofada do eletro-pop. Pode causar certo estranhamento pela quantidade de sintetizadores e até uma voz robótica de Shirley antes dos refrões finais, mas não deixa de ser contagiante e empolgante. Depois vem "Big Bright World", um pouco menos agitada, ainda com artifícios eletrônicos, mas já é possível escutar viradas de bateria. O refrão me lembrou um pouco "Boys Don't Cry", do The Cure.
O álbum segue com o primeiro single do álbum, "Blood For Poppies". Muito mais orgânico e ressaltando as guitarras. Sem dúvidas apropriada para o rádio, apesar de Shirley dispensá-lo ("I don't know why they are calling on the radio/They know I'm here just out of sight"). "Control" começa com com um ritmo mais devagar, tendo uma explosão e crescendo aos poucos mais pra frente. É possível até escutar uma gaita, elemento até então inédito na música da banda.
Logo após vem a faixa-título "Not Your Kind of People". O ritmo diminui para uma relaxada. "Felt" lembra um pouco "Breaking Up The Girl" do Beautiful Garbage (2001), mas como se tivesse sido refeita no estilo do Bleed Like Me. "I Hate Love" e "Sugar" poderiam estar no Version 2.0. A primeira faz o estilo de "Temptation Waits" e "Hammering In My Head", a outra já soa mais como "The Trick is to Keep Breathing". "Battle In Me" é com certeza a minha favorita. Tudo nela é contagiante. Destaque para a energética bateria de Butch Vig no refrão.
"Man On A Wire" começa com um riff promissor e deságua em um refrão bastante animado. Com certeza deve ser, no mínimo, delirante ao vivo. O fecha álbum com a baladinha "Beloved Freak", onde se pode ouvir alguns pianos e Shirley canta "you're not alone". Muito bom saber disso, Shirley. É um ótimo álbum para brindar a volta da banda que reune o que o Garbage sempre fez de melhor. Sentimos muito a falta de vocês durante todo esse tempo em hiatus. Nunca mais nos abandone.
Essa semana, a banda anunciou no twitter que virá ao Brasil, mas ainda não se sabe quando, nem quantos shows serão. Fica a torcida para que a banda vá ao maior número de capitais possíveis.
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