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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Impassibilidade

Ainda que machuque, que corroa, que me faça explodir em lágrimas toda vez que eu fecho a porta, que pareça ser a dor física de quebrar vinte ossos ao mesmo tempo, minha face permanecerá imóvel frente à cidade. Paralisada como os predios, fria como o tempo, seca como um desconhecido. Inabalável. Cara de nada porque nada sinto. Eu poderia ter uma bazuca e dar a satisfação de haver represálias à atitudes. Não vou falar que não queria ter e que não a usaria se não fosse crime, mas isso me denunciaria. Traria à tona tudo o que não precisa ser dito ou demonstrado para ser sentido. Ao invés disso, minha bazuca é silenciosa, é quieta, é fria e distante. Pode não parecer, mas o nada também mata. E pior porque é aos poucos. Definha, desmonta, desintegra. Engatilha perguntas que dependem somente a mim responder e eu nao vou. E não existe coisa mais irritante do que pergunta sem resposta. Se a curiosidade não afetasse o ser humano, jamais teríamos consciência do universo acima de nossas cabeças e viveríamos, assim, uma eterna idade das trevas. Sem informação, sem saber porque. Então é esse porque que eu quero atirar. E que exploda em mil. Que definhe, que decomponha. Que passe o resto da vida na idade das trevas, minha ou sua. Lá atrás, irrelevante. No meu tempo, já criaram a bazuca sim e a minha chama silêncio. Bom proveito em tentar juntar os pedaços para formar respostas. O único movimento que farei será pra frente. Meu silêncio e eu.

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